sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Do You Remenber Rock’n’Roll Radio?

E os canibais vegetarianos agora estão nas ondas do rádio (figura de linguagem. Hoje em dia é tudo digital). Toda segunda das 22:30 às 00:00 rola “A Hora do Canibal”. Pra conferir basta clicar: www.novaradioweb.com.br

Pelo set list do primeiro programa deu pra perceber que vai rolar muito rock’n’roll pra todos os gostos. Sim, porque hoje em dia falar que gosta de rock é muito vago, dada a diversidade de músicas que se “enquadram” nesta definição.

Na “Hora (e meia) do Canibal” teve velharias, novidades, raridades, bandas underground, nacionais e gringas. E os canibais prometeram transformar o programa em podcast em breve!

Lá para o fim da “Hora do Canibal”, antes de fechar com “Nearly Lost You” do Screaming Trees, rolou “I Feel So Good” do Raindrops!

Se já foi bacana saber que tem uma galera querendo copiar o EP do Raindrops, é uma satisfação pessoal que justamente esta música tenha sido escolhida para ser tocada na “Hora do Canibal”. É que das cinco ou seis que compõem o EP, esta é a única composta por mim (Apesar de que hoje eu tenha alguns problemas com os vocais. Mas esse é um dos meus primeiros registros musicais e já tem mais de dez anos!). E as outras, do André (Biaggio. Uma hora vou ter que escrever um Post só pra esclarecer essa questão dos “Andrés”. São no mínimo quatro! E pra piorar pelo menos três de nós são “André Luis”. Mas eu garanto que não é esquizofrenia, somos muitos. Praticamente uma legião) também são muito boas.

Thriller

Já que uma imagem vale mil palavras, seguem-se algumas fotos do Halloween em Nagoya!




quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Synchronicity II

Por mais cético e racional que eu tente ser, fica difícil ignorar certas sincronicidades. Por isso, antes de falar sobre a festa de Halloween, vou abrir um parêntese.

O assunto da postagem anterior foram os fantasmas do passado. E não é que mais um deu as caras! O Hugo, do Zhen Brasil! Agora imagina que, depois de cerca de dez anos, ele está morando à uma hora daqui! Quais as chances disso acontecer?! Quer dizer, o mundo deve ser muito pequeno mesmo!

Mas aí, entra o racional e diz: “ele também é descendente, o que aumenta muito a probabilidade dele estar no Japão”.

Mas tão próximo assim?!

“Lembre-se de que muitos brasileiros, principalmente vindos de São Paulo, acabam chegando nesta região”.

Quer dizer que tudo não passa de uma coincidência?

“Com certeza”.

Mas então, como explicar que exatamente no momento em que publiquei o post passado (cujo assunto era exatamente fantasmas do passado) recebi um email do Hugo?!

“...”

É, tem coisas que a razão não consegue explicar...

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Halloween Parade

Na noite do Halloween os portais entre o mundo dos vivos e dos mortos se abrem e os espíritos caminham sobre a terra. Como era de se esperar, a semana que antecedeu essa festa foi marcada pelo retorno de alguns “fantasmas do passado”.

O Ivan, ex-aluno, amigo e ex-proprietário da “Wayne Stock” apareceu no Orkut com um fanzine muito legal, o “Canibal Vegetariano”. Dêem uma conferida:
www.canibalvegetariano77.blogspot.com

Conversa vai conversa vem, e ele perguntou sobre o primeiro EP do “Raindrops”. Na verdade ele queria saber se poderia disponibilizar esse trabalho on-line, já que muita gente ficava pedindo a cópia dele emprestada.

Entrei em contato com o André (não eu, o vocalista e guitarrista do “Raindrops”. Não que eu não fale comigo mesmo, mas ainda não estou fazendo isso pelo Orkut). Ele deu o ok e logo deve dar pra baixar essas músicas lá no “Canibal Vegetariano”. Enquanto isso não acontece, dêem uma olhada na banda atual dele: www.myspace.com/superdriveband

Foram dois fantasmas do passado! Mas outras entidades ainda dariam as caras antes das bruxas saírem em revoada.

Primeiro foi o Reginaldo, a alma penada do “Les Fleurs du Mal”, que deixou alguns comentários neste blog. Se bem que esse aí ainda me assombra com certa freqüência, então não dá nem pra considerar como um retorno.

Depois foi o Fábio, do “Zhen Brasil”, com quem eu não falava há vários anos.

Só faltou mesmo alguém do “Authopsia” fazer contato. Porque até o Tomo deu as caras através de um contato com o Kit!

Ah! Logo na seqüência do Halloween foi aniversário do Kit. E teve até uma festa em Nagoya, com a aparição dos mais horríveis pesadelos do Halloween. Mais detalhes na próxima postagem.

quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Words

Como disse certa vez John Lennon, “words are flowing out like endless rain...” As canções começam a tomar forma.


As profecias se concretizam. Vocês, meus amigos que vêm acompanhando este modesto registro, devem se lembrar de como a chegada dos livros do Mateus no início do processo de composição pareciam um sinal, uma forma de benção. É justamente daí que uma das letras se originou. Acabou virando uma parceria!


No post passado citei “Boyblue & Rainbow Girl”. Esta letra, apesar de ainda não finalizada, já adquiriu importância. É totalmente autobiográfica e conta a nossa história (minha e da Pollyana).




E agora temos “Set Me Free”! Que dá vontade de sair dançando toda vez que eu escuto.


O que nos leva a uma outra questão. Kit, a gente quer ouvir essas músicas!! O pessoal está perguntando como elas são e pedindo pra ouvir. Pelo Orkut, por email, pessoalmente.
A grande pergunta de todos é como elas são?


Bom pra quem me conhece do “Authopsia” já adianto que elas passam longe do Trash Metal e similares. Pra quem lembra do “Raindrops”, tem uma pitada daquele Power Pop Bubblegum. Pros fâs do “Zhen Brasil” tem uma música que, de certa forma, tem uma ligação. E pros órfãos do “Les Fleurs du Mal”, tem aquele charme “Alternative Rock” depressivo. Além, é claro, de manter aquela mentalidade “tocar o que der vontade”. Mas a novidade fica por conta de uma quedinha pra dança. Provavelmente adquirida durante a passagem pelo “Tomo Shagger and his Marmites”.

domingo, 12 de outubro de 2008

Birthday


As coisas caminham lentamente. Quer dizer, em relação à composição e produção do álbum. Já em relação ao resto, um turbilhão se instala. Mas vamos com calma...

As primeiras experiências vocais com a Nanako serviram de inspiração e agora já temos uma música quase finalizada. A parte instrumental está pronta, a seqüência praticamente definida, o solo precisa de uns poucos retoques, a letra carece de mais alguns versos e precisamos gravar os vocais. O incrível é que essa era uma música que já tinha melodia e letra. Porém gravamos apenas a estrutura básica, que, aliás, não me agradou muito. Foi dessa forma cru que eu quis que a Nanako ouvisse a música. Não falei nada sobre a melodia e a letra que existiam e deixei-a “viajar”. A melodia que ela trouxe realmente transformou a música, e ajudou a definir o arranjo. Foi assim que “Sacrifice Her” virou “Boyblue & Rainbow Girl”! E já faz algumas semanas que eu não consigo tirar a música da cabeça! E tem um bônus. Toda essa aventura me lembra aquelas histórias de como “Yesterday” se chamava “Scrambled Eggs”.

Enquanto isso, no mundo real... As incertezas e dúvidas voltaram. Pollyana e eu estamos inseguros em relação ao Japão. Tudo está muito difícil. É a crise! O dinheiro mal dá pra pagar as dívidas e manter a casa. E a sombra do desemprego paira sobre a comunidade brasileira...

Passadas algumas semanas, tivemos nossa primeira experiência num estúdio. Kit e eu fomos ao ALA, o Centro Cultural de Kani. Devia ter tirado algumas fotos. Trata-se de um complexo cultural público para uso de qualquer cidadão. São dois teatros, três estúdios musicais, uma sala de mixagem, diversos espaços para eventos, acesso a internet, oficinas de marcenaria e outros. E foi no estúdio 3 que ouvimos as músicas em alto e bom som! Não é por ser o pai da criança, mas essas músicas estão boas. Nesse dia basicamente testamos os equipamentos do estúdio. Mas que deu uma vontade danada de tocar ao vivo deu. Não descartamos essa idéia.


De volta ao mundo real... No dia seguinte foi meu aniversário e reunimos os amigos em uma costelaria brasileira que abriu perto de casa. Da ala internacional foram o Kit, o Dareen e o Fushimi. E a nossa turma no Japão: Marcão, Elisa, Sandro, Kátia, Ricardo, Lú, Gustavo, Eve, Ana, Cristiano, eu e a Pollyana, lógico (Tomara que eu não tenha esquecido ninguém). É lógico que faltaram todos vocês (e vocês sabem quem são). Mas vamos citar os que mandaram parabéns e não deu tempo de responder: André, Andrei, Michele, Zeza, Reginaldo, Cassiano, Pâmela (aliás, obrigado por todas as mulheres saindo de bolos e etc, a Pollyana não gostou muito), Adriana. Nesse dia foi lançado um desafio envolvendo feijoadas, pizzas de banana e cavalgadas. Mais sobre o tópico num futuro próximo. O estranho é que o inferno astral este ano veio atrasado. O mês anterior foi bem tranqüilo, mas no dia seguinte ao aniversário o carro quebrou, a crise piorou, vieram os estresses e surtos. Mas a vida é assim mesmo.

sábado, 27 de setembro de 2008

Rainy Day Woman # 12 & 35

E num domingo chuvoso conhecemos a Nanako. Fizemos algumas pizzas e conversamos um pouco.

Nanako é pequena e extrovertida, muito simpática, e Pollyana a adorou. Ela também gostou muito do nome. Já a Nanako, adorou as pizzas, e ganhamos o título de melhor pizza do Japão. Modéstia á parte, é merecido. E estamos disseminando também a pizza de banana. Todos que provam ficam surpresos e adoram.

Nanako fala inglês muito bem e morou na América durante algum tempo.

Falamos sobre as bandas que gostamos e, pra vocês que estão curiosos sobre as bandas japonesas ficam duas sugestões da Nanako: “Go!Go! 7188” e “Southern All-Stars”. Eu já conhecia. O “Southern All-Stars” é uma banda que já está na estrada há bastante tempo. Logo que cheguei ao Japão vi um especial deles na TV. O mais legal é que eles tocam diversos estilos. Já o “Go!Go! 7188” é um trio punk com duas garotas e um rapaz.

Em seguida fizemos nossas primeiras experiências. Nanako gravou algumas melodias. Tudo correu bem. E para um primeiro dia de trabalho o resultado foi bom.

Agora cada um vai desenvolvendo suas idéias e dentro de algumas semanas vamos nos encontrar novamente.

Foi nesse final de semana que começamos a trabalhar algumas músicas do Kit também.
Com esse estímulo vocal, as coisas que estavam estagnadas voltam a caminhar. O problema maior agora é tempo.

Outra fonte de inspiração é o novo CD do Brian Wilson: “Lucky Old Sun”; lançado este mês. Foi na terceira audição que me dei conta de como é bom! Tem um pouco do som experimental do “SMiLE”, um pouco do Pop do “Imagination”, a estrutura lembra “Mt. Vernon and Fairway (A Fairy tale)” e ainda resvala no terreno literário graças às poesias do Van Dyke Parks.

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Interlúdio


Faço aqui um pequeno intervalo para apresentar a banda de um amigo, o André Freitas. O nome é Erga. Dêem uma conferida no som deles

Synchronicity

Alguns períodos da minha vida são cheios de sincronicidades. Por exemplo, na mesma semana em que decidi dar início aos trabalhos deste novo álbum, chegou pelo correio vindo do Brasil o novo livro do Mateus Machado, bom amigo, poeta e letrista com quem já trabalhei. Foi mais ou menos como se alguma coisa dissesse: “vá em frente, o que você precisar será provido”.
Desenterrei uma música que tinha pronta e que nunca gravei pra começar a trabalhar. Daí, quando vi as fotos com o TP4 tomei um pequeno susto. O Dudu, tecladista da banda, fazia o cumprimento vulcano. E usou o mesmo para autografar o CD. Acontece que a minha música, aquela que iniciou os trabalhos do disco, em um determinado trecho da letra diz: “she’s the final frontier, and no man has gone there before. I’m gonna be your captain Kirk, I gonna go everywhere that I can”. Seria esse mais um sinal? Então em meio a todas essas referências à “Jornada nas Estrelas” talvez algo esteja tentando me dizer para “explorar novos e estranhos mundos, procurar novas formas de vida e civilizações, audaciosamente ir onde nenhum homem jamais esteve”.
Ou talvez eu seja como Casaubon, o personagem do romance “O Pêndulo de Foucault” de Humberto Eco. Achando significados onde não existe nenhum e criando uma teia de fantasia ao ponto de modificar a realidade.
“Vida longa e próspera”!

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

So You Want To Be a Rock'n'Roll Star

Enquanto esperamos por notícias da Nanako tiramos o domingo de folga e fomos conferir os shows do Pato Fu e do Trash Pour 4 em Toyohashi. Fomos eu, o Kit, a Pollyana, a Ana e o Masao. Isso mesmo, bandas brasileiras no Japão! Como foi 7 de setembro aconteceram diversos eventos do tipo “Dia do Brasil”. Em Tokyo quem se apresentou foi o Benjor, e parece que em New York foi o Lulu Santos. Mas a gente escolheu o Pato Fu e o Trash Pour 4 que estão mais de acordo com nosso gosto.
Antes do show conversamos um pouco com o Pessoal do Trash Pour 4, tiramos umas fotos e pegamos uns autógrafos. Gente muito bacana. Lógico que se fosse um bate-papo numa mesa de bar a coisa seria muito melhor, mas está valendo.Apesar da demora, de alguns probleminhas no som, e do freak show adjacente foi legal. O Kit adorou tudo e está doidinho pra conhecer o Brasil. Segundo ele, este foi o melhor festival que ele já viu no Japão. E olha que há algumas semanas ele esteve no Fuji Rock!
Mas dá pra entender. Perto da adoração passiva e silenciosa da audiência japonesa, o caos interativo dos brasileiros fica muito mais próximo do transe xamânico do Rock’n’Roll proposto por Jim Morrison.
E adivinha quem fez contato no meio do dia? A Nanako, acho que em breve teremos novidades.
No fim do dia já estava cansado. Saciado jamais! Porém, como viemos a este mundo para sofrer, os Deuses do Oriente cobram caro por qualquer pequeno prazer. A segunda-feira foi brava, com mais de 15 horas trabalhando direto!

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

Beggining to See the Light

Pois é, depois de praticamente três anos, aqui estou eu de novo trabalhando em um novo álbum. O último foi o “Dancing on the Bottleneck”. De lá pra cá não aconteceu muita coisa musicalmente, mas esse novo trabalho está bem diferente.
Ainda continuo trabalhando de forma independente, mas pela primeira vez com a participação de um produtor: Kit Frymier.


O Kit é um amigo e uma espécie de agitador cultural. Ele é americano (o que só quer dizer que ele nasceu em um determinado espaço geográfico), e antes de vir para o Japão dar aulas de inglês, vez várias coisas, mas o que talvez vocês achem muito legal é que ele manja de animação 3D. Ou seja, ele trabalhava na indústria do cinema americano em Hollywood! Ele se envolveu pra valer com música quando mudou para Nagoya, Japão, há cerca de quatro anos. Desde então já tocou baixo em duas bandas de rock.

Estamos ainda em fase de composição e pré-produção. E desde o início tenho tentado uma aproximação diferente. Enquanto em todos os outros álbuns a letra dava formato à música, dessa vez optei por ignorar letras e criar apenas música, o que tem dado bons resultados. Nesse momento já tenho demos de mais ou menos dez músicas que estão nas mãos de uma cantora, a Nanako, que vai “experimentar” em cima delas. Não conheço ainda a Nanako, nem sei como e a voz dela. Mas estou ansioso.

Essa é a beleza de ter um produtor: não ter que se preocupar com nada e poder se concentrar na música. Você precisa de um baterista (e bateristas são sempre um problema) e o Kit arruma dois! Você quer uma cantora, e lá vem ele com a Nanako. Você precisa gravar e ele chega com todo o equipamento necessário. Além de dar grandes sugestões e idéias!

Alguns amigos perguntaram sobre as músicas, como elas são etc. O que eu posso dizer pra vocês é que vocês vão ter que esperar. Mas estou muito satisfeito com o resultado.

Estamos caçando um nome para esta banda (apesar de, até o momento, não ser exatamente uma banda). Provisoriamente estamos chamando de “Amorpho Phallus”, que é a maior e mais fedida flor do mundo. Apesar de ter uma relação com o “Les Fleurs du Mal” (por ser uma flor e não por feder), não estou satisfeito. O Kit gostou. Eu acho muito “death metal”. Por isso aceito sugestões. Tem um nome que eu gosto muito, mas não sei se encaixa: “Mind Expander Mobile Unit" (Unidade Móvel para Expansão da Consciência), Memu... ou talvez Meme (Lê-se Mim)... (qualquer tipo de cultura popular na mente do homem moderno em todo o mundo).