sábado, 27 de setembro de 2008

Rainy Day Woman # 12 & 35

E num domingo chuvoso conhecemos a Nanako. Fizemos algumas pizzas e conversamos um pouco.

Nanako é pequena e extrovertida, muito simpática, e Pollyana a adorou. Ela também gostou muito do nome. Já a Nanako, adorou as pizzas, e ganhamos o título de melhor pizza do Japão. Modéstia á parte, é merecido. E estamos disseminando também a pizza de banana. Todos que provam ficam surpresos e adoram.

Nanako fala inglês muito bem e morou na América durante algum tempo.

Falamos sobre as bandas que gostamos e, pra vocês que estão curiosos sobre as bandas japonesas ficam duas sugestões da Nanako: “Go!Go! 7188” e “Southern All-Stars”. Eu já conhecia. O “Southern All-Stars” é uma banda que já está na estrada há bastante tempo. Logo que cheguei ao Japão vi um especial deles na TV. O mais legal é que eles tocam diversos estilos. Já o “Go!Go! 7188” é um trio punk com duas garotas e um rapaz.

Em seguida fizemos nossas primeiras experiências. Nanako gravou algumas melodias. Tudo correu bem. E para um primeiro dia de trabalho o resultado foi bom.

Agora cada um vai desenvolvendo suas idéias e dentro de algumas semanas vamos nos encontrar novamente.

Foi nesse final de semana que começamos a trabalhar algumas músicas do Kit também.
Com esse estímulo vocal, as coisas que estavam estagnadas voltam a caminhar. O problema maior agora é tempo.

Outra fonte de inspiração é o novo CD do Brian Wilson: “Lucky Old Sun”; lançado este mês. Foi na terceira audição que me dei conta de como é bom! Tem um pouco do som experimental do “SMiLE”, um pouco do Pop do “Imagination”, a estrutura lembra “Mt. Vernon and Fairway (A Fairy tale)” e ainda resvala no terreno literário graças às poesias do Van Dyke Parks.

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Interlúdio


Faço aqui um pequeno intervalo para apresentar a banda de um amigo, o André Freitas. O nome é Erga. Dêem uma conferida no som deles

Synchronicity

Alguns períodos da minha vida são cheios de sincronicidades. Por exemplo, na mesma semana em que decidi dar início aos trabalhos deste novo álbum, chegou pelo correio vindo do Brasil o novo livro do Mateus Machado, bom amigo, poeta e letrista com quem já trabalhei. Foi mais ou menos como se alguma coisa dissesse: “vá em frente, o que você precisar será provido”.
Desenterrei uma música que tinha pronta e que nunca gravei pra começar a trabalhar. Daí, quando vi as fotos com o TP4 tomei um pequeno susto. O Dudu, tecladista da banda, fazia o cumprimento vulcano. E usou o mesmo para autografar o CD. Acontece que a minha música, aquela que iniciou os trabalhos do disco, em um determinado trecho da letra diz: “she’s the final frontier, and no man has gone there before. I’m gonna be your captain Kirk, I gonna go everywhere that I can”. Seria esse mais um sinal? Então em meio a todas essas referências à “Jornada nas Estrelas” talvez algo esteja tentando me dizer para “explorar novos e estranhos mundos, procurar novas formas de vida e civilizações, audaciosamente ir onde nenhum homem jamais esteve”.
Ou talvez eu seja como Casaubon, o personagem do romance “O Pêndulo de Foucault” de Humberto Eco. Achando significados onde não existe nenhum e criando uma teia de fantasia ao ponto de modificar a realidade.
“Vida longa e próspera”!

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

So You Want To Be a Rock'n'Roll Star

Enquanto esperamos por notícias da Nanako tiramos o domingo de folga e fomos conferir os shows do Pato Fu e do Trash Pour 4 em Toyohashi. Fomos eu, o Kit, a Pollyana, a Ana e o Masao. Isso mesmo, bandas brasileiras no Japão! Como foi 7 de setembro aconteceram diversos eventos do tipo “Dia do Brasil”. Em Tokyo quem se apresentou foi o Benjor, e parece que em New York foi o Lulu Santos. Mas a gente escolheu o Pato Fu e o Trash Pour 4 que estão mais de acordo com nosso gosto.
Antes do show conversamos um pouco com o Pessoal do Trash Pour 4, tiramos umas fotos e pegamos uns autógrafos. Gente muito bacana. Lógico que se fosse um bate-papo numa mesa de bar a coisa seria muito melhor, mas está valendo.Apesar da demora, de alguns probleminhas no som, e do freak show adjacente foi legal. O Kit adorou tudo e está doidinho pra conhecer o Brasil. Segundo ele, este foi o melhor festival que ele já viu no Japão. E olha que há algumas semanas ele esteve no Fuji Rock!
Mas dá pra entender. Perto da adoração passiva e silenciosa da audiência japonesa, o caos interativo dos brasileiros fica muito mais próximo do transe xamânico do Rock’n’Roll proposto por Jim Morrison.
E adivinha quem fez contato no meio do dia? A Nanako, acho que em breve teremos novidades.
No fim do dia já estava cansado. Saciado jamais! Porém, como viemos a este mundo para sofrer, os Deuses do Oriente cobram caro por qualquer pequeno prazer. A segunda-feira foi brava, com mais de 15 horas trabalhando direto!

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

Beggining to See the Light

Pois é, depois de praticamente três anos, aqui estou eu de novo trabalhando em um novo álbum. O último foi o “Dancing on the Bottleneck”. De lá pra cá não aconteceu muita coisa musicalmente, mas esse novo trabalho está bem diferente.
Ainda continuo trabalhando de forma independente, mas pela primeira vez com a participação de um produtor: Kit Frymier.


O Kit é um amigo e uma espécie de agitador cultural. Ele é americano (o que só quer dizer que ele nasceu em um determinado espaço geográfico), e antes de vir para o Japão dar aulas de inglês, vez várias coisas, mas o que talvez vocês achem muito legal é que ele manja de animação 3D. Ou seja, ele trabalhava na indústria do cinema americano em Hollywood! Ele se envolveu pra valer com música quando mudou para Nagoya, Japão, há cerca de quatro anos. Desde então já tocou baixo em duas bandas de rock.

Estamos ainda em fase de composição e pré-produção. E desde o início tenho tentado uma aproximação diferente. Enquanto em todos os outros álbuns a letra dava formato à música, dessa vez optei por ignorar letras e criar apenas música, o que tem dado bons resultados. Nesse momento já tenho demos de mais ou menos dez músicas que estão nas mãos de uma cantora, a Nanako, que vai “experimentar” em cima delas. Não conheço ainda a Nanako, nem sei como e a voz dela. Mas estou ansioso.

Essa é a beleza de ter um produtor: não ter que se preocupar com nada e poder se concentrar na música. Você precisa de um baterista (e bateristas são sempre um problema) e o Kit arruma dois! Você quer uma cantora, e lá vem ele com a Nanako. Você precisa gravar e ele chega com todo o equipamento necessário. Além de dar grandes sugestões e idéias!

Alguns amigos perguntaram sobre as músicas, como elas são etc. O que eu posso dizer pra vocês é que vocês vão ter que esperar. Mas estou muito satisfeito com o resultado.

Estamos caçando um nome para esta banda (apesar de, até o momento, não ser exatamente uma banda). Provisoriamente estamos chamando de “Amorpho Phallus”, que é a maior e mais fedida flor do mundo. Apesar de ter uma relação com o “Les Fleurs du Mal” (por ser uma flor e não por feder), não estou satisfeito. O Kit gostou. Eu acho muito “death metal”. Por isso aceito sugestões. Tem um nome que eu gosto muito, mas não sei se encaixa: “Mind Expander Mobile Unit" (Unidade Móvel para Expansão da Consciência), Memu... ou talvez Meme (Lê-se Mim)... (qualquer tipo de cultura popular na mente do homem moderno em todo o mundo).